Marcus Maia

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Linguagem simples para quem?

A comunicação cidadã em debate

2024

Este livro sobre “linguagem simples” e “comunicação cidadã” propõe reflexões que vão da política linguística à psicolinguística e à neurolinguística cognitiva, dos usos da língua ao processamento da leitura, tentando oferecer uma contribuição para a proposta de um registro de escrita linguisticamente inclusivo para a administração pública. Para tanto, reúne um grupo de linguistas de excelência em suas respectivas áreas de atuação – brasileiros e estrangeiros – e se organiza de modo a seguir um percurso que parte de considerações mais gerais até chegar a considerações mais específicas. Esses especialistas que atuam em áreas várias da Linguística tratam, cada um desde seu campo de expertise, de questões que devem ser consideradas para que cheguemos a uma linguagem inclusiva de fato.
A escrita do livro configura-se como uma intervenção política motivada pela tramitação de um projeto de lei que “institui a Política Nacional de Linguagem Simples nos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta de todos os entes federativos” (PL nº 6256/2019). O debate proposto em suas páginas procura contribuir efetivamente para a construção de uma política inclusiva e cidadã, considerando os problemas identificados no texto do projeto legislativo: fundamentalmente, o prescritivismo da proposta, que desconsidera a variação do português brasileiro, assim como a diversidade linguística do Brasil, e que reduz tais práticas inclusivas a um conjunto de técnicas traduzidas do inglês. O Projeto de Lei, nesse sentido, é interpretado como parte de iniciativas que, ao desconsiderar a complexidade inerente à linguagem, podem contribuir para o empobrecimento cognitivo da cidadania. Como alternativa, propõe-se a implementação de práticas de escritas adaptadas aos diversos tipos de público e às variadas situações de comunicação, assim como uma política educativa centrada no letramento crítico, que propicie a vigilância epistêmica e a autodefesa intelectual da população.
A obra, chancelada pela Associação Brasileira de Linguística, tenciona fomentar e intensificar o diálogo candente sobre Linguagem Simples na academia e, sobretudo, fora dela, esperando que as suas considerações possam instrumentalizar todas as pessoas que buscam uma linguagem inclusiva efetiva, democrática e calcada em bases científicas sólidas.