Sergio de Moura Menuzzi

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Investigação em Linguística Geral

Textos escolhidos de Martin Haspelmath

2024

Ao longo de sua carreira, o linguista alemão Martin Haspelmath (Max-Planck-
Institut für Evolutionäre Anthropologie, Alemanha) tem se dedicado a investigar os
aspectos estruturais e os sistemas lexicais das línguas do mundo, buscando detectar
elementos universais que subjazem a elas. No livro “Investigações em Linguística Geral
– textos escolhidos de Martin Haspelmath”, apresentamos ao leitor brasileiro cinco
artigos recentes do autor, que tratam de temas caros aos estudos de linguística geral
contemporânea, como a discussão sobre unidades mínimas de análise linguística, sobre
“blocos elementares” pertencentes à gramática das línguas, sobre regularidades
interlinguísticas e também sobre metateoria da análise linguística.
No primeiro capítulo do livro, “As regularidades interlinguísticas podem ser explicadas
por restrições à mudança?” (publicado originalmente em 2019, no livro Explanation in
typology: diachronic sources, functional motivations and the nature of the evidence), o
autor discute uma tendência recente de atribuir padrões interlinguísticos unicamente à
atuação de aspectos diacrônicos, desconsiderando fatores causais. No segundo capítulo,
“Diferentes explicações na gramática são mutuamente compatíveis: estruturais,
evolutivas e biocognitivas” (baseado em uma apresentação de 2021 para o Centro de
Ciências Linguísticas da Universidade Normal de Pequim), Haspelmath busca
demonstrar a compatibilidade entre diferentes explicações gramaticais, a fim de evitar
divisões ideológicas no estudo das línguas. Já no terceiro capítulo, “O morfe como
forma linguística mínima” (publicado originalmente em 2020, no número 30 do
periódico Morphology), é defendida a visão de que o termo morfe deva ser adotado para
referir-se à unidade linguística mínima, para minimizar inconsistências terminológicas e
adotar-se nomenclatura padronizada nos estudos linguísticos. No capítulo “A
linguisticidade humana e os blocos elementares de construção das línguas” (publicado
originalmente em 2020, no volume 10 da revista Frontiers in Psychology), o autor
defende que a capacidade biológica dos seres humanos para a linguagem é mais bem
estudada a partir de uma “perspectiva comparativa em sentido lato” e que a comparação
de línguas não leva diretamente a conclusões imediatas sobre a linguisticidade humana.
Por fim, no quinto e último capítulo do livro, “Explicando assimetrias na codificação
gramatical: correspondências forma-frequência e previsibilidade” (publicado
originalmente no volume 57, número 3, da revista Journal of Linguistics, em 2021),
Haspelmath busca demonstrar que as assimetrias existentes na codificação gramatical se
devem a questões de previsibilidade e eficiência de codificação, as quais estão pautadas
em aspectos de frequência de uso.
O livro foi organizado e traduzido pelos professores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul Felipe Bilharva da Silva, Gabriel de Ávila Othero, Pablo Nunes Ribeiro
e Sérgio de Moura Menuzzi – e pela mestranda em Linguística pela mesma instituição
Melissa Lazzari.