Formas de tratamento e “cordialidade”:
Mudança Linguística e Conceptualizações Culturais
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Sinopse
O objetivo geral deste trabalho foi o de investigar a possibilidade de a cordialidade, intuída por Holanda ([1936]2015) como aversão à impessoalidade no tratamento e nas relações, manifestar-se em fenômenos de variação/mudança linguística, especificamente com o pronome de 2ª pessoa teu/seu no português brasileiro (PB). Nossa hipótese foi a de que a cordialidade possa ser compreendida como modelo cognitivo-cultural (SHARIFIAN, 2011; DʼANDRADE, 1987; e outros) ao qual seja possível relacionar o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, posição de maior proximidade (BENVENISTE, 1966). Para identificar os termos analisados, seu contexto de ocorrência e os recursos semânticos a eles associados, analisou-se peças do gênero comédia de costumes de escritores brasileiros do período de 1737-1896. Assim foi possível relacionar as propriedades semânticas da cordialidade ao contexto de uso de pronomes de 2ª pessoa e do pronome “seu” nesse lugar. Como resultado, indicamos considerar em análises teóricas variacionistas modelos culturais como motivadores cognitivos de um fenômeno de variação/mudança linguística.
Coleção:
Altos Estudos em Linguística
O objetivo geral deste trabalho foi o de investigar a possibilidade de a cordialidade, intuída por Holanda ([1936]2015) como aversão à impessoalidade no tratamento e nas relações, manifestar-se em fenômenos de variação/mudança linguística, especificamente com o pronome de 2ª pessoa teu/seu no português brasileiro (PB). Nossa hipótese foi a de que a cordialidade possa ser compreendida como modelo cognitivo-cultural (SHARIFIAN, 2011; DʼANDRADE, 1987; e outros) ao qual seja possível relacionar o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, posição de maior proximidade (BENVENISTE, 1966). Para identificar os termos analisados, seu contexto de ocorrência e os recursos semânticos a eles associados, analisou-se peças do gênero comédia de costumes de escritores brasileiros do período de 1737-1896. Assim foi possível relacionar as propriedades semânticas da cordialidade ao contexto de uso de pronomes de 2ª pessoa e do pronome “seu” nesse lugar. Como resultado, indicamos considerar em análises teóricas variacionistas modelos culturais como motivadores cognitivos de um fenômeno de variação/mudança linguística.