
O Espanhol da Costa Rica segundo os ticos:
um estudo de Linguística Popular
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Sinopse
O E-book “O espanhol da Costa Rica segundo os ticos: um estudo de Linguística popular”, com livre e irrestrito acesso, publicado pela Editora da Associação Brasileira de Linguística – ABRALIN, é uma tradução que está organizada em uma apresentação, um prefácio à edição brasileira e mais 06 capítulos. Originalmente o livro foi publicado em espanhol e autorado pela Professora de Linguística da Universidade da Costa Rica Carla Victória Jara Murillo. Embora trate do espanhol da Costa Rica na visão dos ticos, o livro traz questões muito pertinentes para o campo da sociolinguística; da linguística aplicada e notadamente para a Linguística popular. Ainda pouco conhecido em terras brasilinas, esse último campo irrompe no contexto norte-americano em meados dos anos sessenta do século passado, a partir dos trabalhos pioneiros do linguista Henry Hoeningswald. Em 1966, na Universidade da Califórnia, Hoeningswald ministra uma conferência intitulada “Uma proposta para o estudo da Linguística popular”. Nessa conferência, o linguista chamou a atenção para o fato de que enquanto pesquisadores da linguagem deveríamos estar interessados não apenas em: “a) o que acontece (idioma), mas também em b) como as pessoas reagem ao que acontece (se são persuadidas, se são afastadas etc) e em c) o que as pessoas dizem sobre a linguagem. Não adianta descartar esses modos de conduta secundários e terciários apenas como fontes de erros”. Esta conferência é considerada pela maioria estudiosos da
Linguística popular (francófona e anglófona, especialmente) como o texto inaugural do campo, estabelecendo os seus dois principais eixos de trabalho: 1) as reações das pessoas em relação ao que é dito e 2) o que as pessoas dizem sobre a sua língua e a língua dos outros. Tais eixos vão abarcar questões muito variadas, que buscam dar conta sumariamente das avaliações, atitudes, crenças, percepções e intuições linguísticas dos falantes. O trabalho de Murillo é inovador tanto em relação ao de Hoeningswald quanto aos de Niedzielski, Preston e Paveau – outros três grandes expoentes do campo. Para pensar as práticas linguísticas dos não-especialistas, isto é, os que não tem formação em linguística, mas produzem comentários metalinguísticos sobre a língua, a autora propõe o “modelo cultural de linguagem”.
Trata-se de uma espécie de quadro de saberes constituído por crenças, percepções, avaliações, intuições linguísticas, que pavimenta cognitivamente os discursos dos não-especialistas sobre a língua. O livro é o resultado de uma densa pesquisa realizada pela autora com opiniões de 600 entrevistados das sete províncias da Costa Rica sobre o espanhol falado por essas pessoas. A obra de Carla Murillo pode ser lida também como um pertinente roteiro de trabalho, dando corpo a um conjunto muito robusto de traços de uma metodologia, que pode ser levada a cabo em outras pesquisas no âmbito da Linguística popular, sociolinguística, linguística aplicada e áreas afins com corpora engendrados em outras línguas.
Coleção:
Altos Estudos em Linguística
O E-book “O espanhol da Costa Rica segundo os ticos: um estudo de Linguística popular”, com livre e irrestrito acesso, publicado pela Editora da Associação Brasileira de Linguística – ABRALIN, é uma tradução que está organizada em uma apresentação, um prefácio à edição brasileira e mais 06 capítulos. Originalmente o livro foi publicado em espanhol e autorado pela Professora de Linguística da Universidade da Costa Rica Carla Victória Jara Murillo. Embora trate do espanhol da Costa Rica na visão dos ticos, o livro traz questões muito pertinentes para o campo da sociolinguística; da linguística aplicada e notadamente para a Linguística popular. Ainda pouco conhecido em terras brasilinas, esse último campo irrompe no contexto norte-americano em meados dos anos sessenta do século passado, a partir dos trabalhos pioneiros do linguista Henry Hoeningswald. Em 1966, na Universidade da Califórnia, Hoeningswald ministra uma conferência intitulada “Uma proposta para o estudo da Linguística popular”. Nessa conferência, o linguista chamou a atenção para o fato de que enquanto pesquisadores da linguagem deveríamos estar interessados não apenas em: “a) o que acontece (idioma), mas também em b) como as pessoas reagem ao que acontece (se são persuadidas, se são afastadas etc) e em c) o que as pessoas dizem sobre a linguagem. Não adianta descartar esses modos de conduta secundários e terciários apenas como fontes de erros”. Esta conferência é considerada pela maioria estudiosos da
Linguística popular (francófona e anglófona, especialmente) como o texto inaugural do campo, estabelecendo os seus dois principais eixos de trabalho: 1) as reações das pessoas em relação ao que é dito e 2) o que as pessoas dizem sobre a sua língua e a língua dos outros. Tais eixos vão abarcar questões muito variadas, que buscam dar conta sumariamente das avaliações, atitudes, crenças, percepções e intuições linguísticas dos falantes. O trabalho de Murillo é inovador tanto em relação ao de Hoeningswald quanto aos de Niedzielski, Preston e Paveau – outros três grandes expoentes do campo. Para pensar as práticas linguísticas dos não-especialistas, isto é, os que não tem formação em linguística, mas produzem comentários metalinguísticos sobre a língua, a autora propõe o “modelo cultural de linguagem”.
Trata-se de uma espécie de quadro de saberes constituído por crenças, percepções, avaliações, intuições linguísticas, que pavimenta cognitivamente os discursos dos não-especialistas sobre a língua. O livro é o resultado de uma densa pesquisa realizada pela autora com opiniões de 600 entrevistados das sete províncias da Costa Rica sobre o espanhol falado por essas pessoas. A obra de Carla Murillo pode ser lida também como um pertinente roteiro de trabalho, dando corpo a um conjunto muito robusto de traços de uma metodologia, que pode ser levada a cabo em outras pesquisas no âmbito da Linguística popular, sociolinguística, linguística aplicada e áreas afins com corpora engendrados em outras línguas.